Ela só se deu conta que o inverno ficaria mais frio quando não
houve resposta, não surgirá mais verão,
talvez seja a irregularidade do fuso horário na fronteira, mas o que lhe
martelava a mente era se seria capaz de ignorar o que sempre teve relevância.
Ereta, observou a paisagem em movimento, equilibrando-se entre 1001 pessoas que cabem em um vagão cheio em
horário de rush, ela transporta-se a outra dimensão com os fones nos ouvidos, ciente da sua impotência.
Dizem que não há evolução sem sofrimento, ela chorou baixinho em
sua cama por noites junto a tristeza que lhe assolava os sonhos e a despertava
angustiada, ansiava por uma zona de
conforto, rezava arduamente para o mal estar passar.
A conclusão era simples, ela comprovou,
ele que perambulava em seus pensamentos só vivia mesmo em seu mudo
intrapessoal, sua aflição dilui, mas um temor a intimida. O que a mudança irá
ocasionar? Ideia que sempre a rodeia.
Eu observo cautelosa o drama, amparo quanto necessário, intuito
que ela se absorva em seu trabalho e entre as mazelas dos dias decorrentes, eu zelo por ela, somos ambas a mesma, chamam
me de força interior.
As estações foram abolidas, o rítmico passar das horas possuem o
mesmo compasso, não há cheiro de café pela manhã nem companhia a entreter-lhe,
o que pega em mãos não tem pulsação, não
há recordação de toques recíprocos e no decorrer do seu caminho o asfalto
predomina.
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