O cilindro que girava
e ecoava música no ar parou.
A névoa surgiu entre
os atores e como é difícil enxergar sem os olhos.
Eu, que sempre fui
ilha me acostumei com pessoas a passar,
terei saudades.
Mas o que consola é
que há de haver outros tantos pra conhecer.
É preciso catalogar
belezas que transitam nas encostas, pra conservar a fé em tempos incrédulos.
Reconhecerei a sua
voz entre os passantes. A nostalgia há de me tomar.
A reação que eu iria
causar em você, nunca saberei.
Não posso sentir por
ti, esse será apenas um pensamento meu.
Daqueles que a gente
se perde por algum tempo e não chega a conclusões.
Você quer alcançar o
alto. Eu só quero me expandir para além dos rótulos convencionados, das
fronteiras constituídas por segurança e não desejo me manter numa roda girante
movida pelo poder numa relação.
Merecemos ter sol em
nossas manhãs, gargalhadas a decorar nossas estantes, carinhos recíprocos junto
a tecidos confortáveis de sofá e olhares sinceros refletidos no espelho do
banheiro.
O cilindro foi
guardado em uma caixa onde não há música.
No palco, os atores continuam. Seus olhos não se cruzam mais.
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